terça-feira, 16 de junho de 2009

O apagão (segunda parte)

- Dilomar. Tu vai ligar pra porcaria da fornecedora de luz? Ou vou ter que eu me estressar?
- Tenho escolha?
- Ou isso, ou te dou uma facada.
- Ah, duvido.
- Duvida?
- Duvido
- Pois não duvide.
- Pois eu DU-VI-DO.

Aquilo foi o fim. O cúmulo da paciência de uma pessoa se esgota quando alguém, além de duvidar dela, ainda fala como se ela fosse uma criança sendo alfabetizada. Aí não. Jenifer era invocada, que ninguém duvidasse disso, que não duvidassem dele, que ninguém dissesse que não era. E acima de tudo, que Dilomar não duvidasse dela.

- Ah, tu me paga. Vira de costas – vociferou a moça.
- Não viro. Por que viraria?
- Por que sim. Diz no texto anterior que a facada era pelas costas.
- Mas aí é que não viro.Mas não viro mesmo.
- Olha aqui, Dilomar, tu não me irrita, to com a faca.
- Ta nada, a faca ta ali ó – Dilomar apontou para o bidê ao lado da cama.
Constrangida, Jenifer viu que estava com o alicate de tirar cutícula a mão. Dilomar duvidou dela, e ainda a ridicularizou. Isso não ia ficar assim.

- Sabe a petúnia? – disse ela, com a voz mais sarcástica possível.
- Não, petúnia não. Larga isso. A petúnia não.
- Vira de costas, ou acabo com essa tua florzinha de merda.
Dilomar estava encurralado. Um passo em falso perderia a vida, ou pior, a desalmada da Jenifer acabaria com a vida da flor que cultivara com tanto carinho desde a obsolescência de sua juventude. Aquela flor era tudo pra ele, fora sua confidente, durante uma deturpada fase de sua vida. A flor era seu ombro amigo, sua mulher, sua amante, sem sexo, que fique claro. Mas o amor era sem igual.
Sempre tivera o raciocínio rápido, o Dilomar, desenvolveu isso nas longas partidas de xadrez que travara com seu pai, e vez que outra com a petúnia. Sabia que tinha uma única chance de escapar, enquanto virava-se vagarosamente de costas, lembrou-se de toda a discussão. Virou-se um pouco 25 graus, botou a mão no bolso. 39 graus, tirou algo de dentro dele.48 graus, era o celular. 90 graus, apertou botões. 180 graus:

- Alou, é da RGE?


O que acontece a seguir?
A) Jenifer e Dilomar tem que ir até a RGE para que o problema da luz (falta de pagamento), seja resolvido.

B) Jenifer não ta nem ai para a luz. Dilomar a humilhou, ela parte pra cima dele e os dois se engalfinham.

C) Petúnia é assassinada pela possessa e agressiva Jenifer.

13 comentários:

  1. Letra A... mt boa postagem Brother... Abraço

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  2. Letra A pra ver oq mais vai acontecer! hushauhsuahs :D

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  3. Letra C pobre Ptúnia :P

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  4. No caso de eu morar em Porto Alegre e não existir RGE, e ainda assim eu quiser votar na letra A, como faço? Os queridos escritores, poderiam me explicar?

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  5. Letra A. uehiuehuie

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  6. Alternativa B....nunca conseguiria imaginar o fim da petúnia!!! hauhauhauah
    Mto bom!!

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  7. Ao estimado Cristian. Dilomar e Jenifer não moram em Porto Alegre.
    Se ainda assim, o senhor quiser votar na letra A, o considere feito.
    Abraço

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  8. PRezado Cristian, a concessionária RGE, foi presente em seu lar durante boa parte de tua vida, não se faça de salaminho, nunguém te comerá em rodelas..

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  9. "B"
    sashuahsuahsuhas
    coitadinha da petúnia, ela nao tem culpa :D

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  10. letra C. quero ver a reação do Dilomar sem a sua petúnia. pobre petúnia...

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