Parte um - Mistério
Inseparáveis. Estes eram Armindo e Marlene.
Sem Marlene, era como se Armindo não existisse. Ela era o coração, o cérebro e os rins do pobre vendedor de cachorro quente.
Esta paixão começou há cerca de 5 anos. Lembro bem do dia em que acompanhei Armindo até a concessionária para escolher seu estabelecimento de trabalho: Uma Kombi seminova: A Marlene. Até o momento, era uma simples Kombi em regular estado de conservação que, transformada em uma simplória cabine de cachorro quente, transformou-se, também, na paixão de Armindo.
Os negócios estavam indo cada vez melhor, e o sucesso do empreendimento, segundo ele, era todo da Marlene:
- “Ela é quem atrai os clientes!”
- Armindo, você conquistou certa clientela, mas não acha que está na hora de trocar de carro? Sei lá, uma van mais moderna, tu podes cuidar dela tão bem quanto cuida da Kombi...
Desde este dia, não nos falamos mais.
Aquilo foi um desaforo para Armindo. Foi como se pedissem que trocasse de sexo, por exemplo. Existia algo muito mágico que ligava o meu amigo àquela lata velha. Como poderia alguém se apegar à um objeto tão antigo e mal cuidado? Era mais forte do que ele.
Certo dia, passando pelo ponto gastronômico mais famoso da pequena cidade, eis que me espanto com a ausência da Marlene.
Algo muito sério teria acontecido, para Armindo não comparecer ao trabalho, principalmente durante a semana, que sempre tem movimento.
Solteiro, Armindo morava com o pai, em uma casa de madeira, maltratada pelo tempo e visivelmente necessitada de um toque feminino. Com ele mesmo que eu iria conversar.
- Seu Pasqual, desculpe o incômodo, mas precisava saber: O que aconteceu com o Armindo? Não o vi no trabalho hoje e achei muito estranho...
- Nem te preocupa, com o Armindo deve estar tudo bem, o problema é aquele caco velho, que ele insiste em tratar com tanto carinho. A tal de Marlene.
- Mas o que houve com a Marlene?
- Desapareceu aqui de casa e, como o Armindo não me conta mais as coisas, nem pedi o motivo do sumiço. Tomara que tenha caído na real e comprado um carro com menos furos na lataria.
Notei a frieza de seu Pasqual, um homem que, desde que o conheci sempre fora sério e de poucas palavras. Sendo assim, resolvi fazer apenas mais uma pergunta a ele:
- Mas bem sabe o senhor que seu filho não vive sem aquela Kombi. Não lhe preocupa?
- Mais cedo ou mais tarde ele entenderá e aceitará.
O que teria acontecido a Marlene? Qual seria o motivo do sumiço misterioso dela?
Tude-cide:
a) Um comerciante concorrente roubou Marlene, tentando tornar-se o melhor vendedor de Cachorro Quente da cidade;
b) O pai de Armindo, que conhecia alguma macabra história sobre o passado desta Kombi, tentou desfazer-se dela, para que seu filho não sofresse do mesmo mal que contava a lenda;
c) Armindo fora seqüestrado e, à bordo da Kombi, segue uma viagem sem rumo, refém dos seqüestradores (Porque alguém seqüestraria aquele ferro velho? O que Marlene teria de tão especial? Descubra!).
terça-feira, 21 de julho de 2009
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Eu entendo o pobre Armindo...como ele eu tb tenho uma lata velha na minha vida!!!
ResponderExcluirhauhauahuahuah
Eu voto na alternativa "C".
"C"
ResponderExcluirEm solidariedade a quem continuará a história, voto na C!
ResponderExcluirótimo texto, Fredi!
beijossssssssss
alternativa C.
ResponderExcluirquero mesmo descobrir o que ela possuía de tão especial.. muito bom Fredi. Beijos
Cunhas!!! Ótimo texto... te puxou heim...
ResponderExcluirLETRA C
Letra C... q história sinistraaa!! hehehe
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